Uma sociedade cujas instituições desviaram-se de sua finalidade de suporte para atuações de agentes políticos vê sua organização desmoronada progressivamente. Os mecanismos de perpetuação do poder por estas elites anti-sociais formaram-se durante as gerações e aprimoram-se com o desenvolvimento das ciências a elas acessíveis em virtude de sua disponibilidade de grandes volumes de recursos financeiros, humanos e materiais advindos da estrutura institucional que administram. O restabelecimento do funcionamento racional das atuais instituições deverá percorrer por uma redefinição de critérios para restabelecer sua legitima finalidade institucional.
O papel das instituições políticas numa definição básica consiste em apoiar agentes políticos em sua função de interferir na dinâmica da sociedade com atuações que visem restabelecer o seu equilíbrio. A omissão destas instituições em viabilizar a atuação dos agentes políticos ou de privilegiar atuações cuja finalidade atenda interesses individuais a suspende da dinâmica da sociedade que passara a ficar a mercê do surgimento difuso e inconstante de núcleos comunitários divergentes entre si e sem limites em sua expansão.
Intenções que se impõem dentro de uma população geram a formação de liames comunitários que tendem a se expandir até que encontre algum limite. O papel das instituições políticas numa visão bem abrangente consiste em impor limites expansivos a estas tendências de intenções que se vão adquirindo poder para se auto- sustentar e preservar. O esforço de atuações políticas que visem estabelecer ou manter uma harmonia orgânica do todo populacional deverá impedir a descaracterização das relações hierarquizadas de poder de tal forma a harmonizar o choque de intenções que normalmente brota dentro das relações humanas.
De outro lado, os mecanismos postos em pratica para preservar os privilégios privados por meio da estrutura institucional para que se tornem eficazes inevitavelmente acabará por adquirir uma abrangência tanto de amplitude populacional como temporal intervindo muito invasiva e prejudicialmente nos integrantes destes indivíduos a serem contidos. Este processo acaba por comprometer a natural aptidão de interação comunitária dos integrantes da população que acabam não se integrando adequadamente dentro da estrutura funcional desta sociedade. Esta celeuma na alocação dos recursos humanos dentro da estrutura acaba por torná-la enormemente ineficaz em sua razão de ser, qual seja, de suprir as necessidades essenciais de cada integrante desta população para que possam eficientemente tornar o todo auto-sustentável.
Assim a ausência da atuação do agente político dentro da sociedade desencadeia uma desorganização generalizada com a formação de diversos núcleos comunitários que passam a sobrepujarem-se um ao outro. Dá-se assim um enorme passo a traz na evolução de nosso estágio de evolução de nossa sociedade passando a uma natural disputa pelo controle do poder centralizado.
Para que este processo desestruturante desencadeado pelo desvio da finalidade das instituições cesse dever-se-á por em prática uma estratégia que consista em restabelecer o esforço em atingir aquela finalidade de atender ao bem coletivo. Assim primeiramente deve-se definir a disposição ideal. Esta configuração ideal seria aquela em que atuações em prol da sociedade fossem privilegiadas protegidas e estimuladas através de um apoio institucional.
Assim definido então se deve confrontar com a realidade não ideal, uma estrutura institucional desviada de uma finalidade coletiva para atender outra privada com o afastamento de agentes políticos naturais, aqueles que naturalmente exsurgem dentro da população incondicionadamente. O restabelecimento racional da normalidade percorrerá as seguintes etapas: vedação da utilização da estrutura de apoio para fins diversos daqueles que colimem pelo interesse público; desvinculação de indivíduos cuja atuação não corresponda com aquelas que legitimamente façam necessário algum apoio institucional; identificação e apoio dos agentes políticos naturais dentro da população; vincular a vitaliciedade não aos agentes políticos e sim a sua atuação eficaz em prol da coletividade.
Desconsiderando-se as limitações jurídicas para pôr em prática este itinerário reestruturante, com estas medidas básicas a estrutura institucional adquiriria aquela disposição que defini como ideal onde a organicidade das relações entre indivíduos e de poder existente em nossa população estariam em máxima harmonia possível entre si ou no caminho mais eficaz e racional para se atingir este status.



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