الأربعاء، 8 سبتمبر 2010

Dentro de nossa coletividade formada de uma diversidade étnica e cultural alguns indivíduos advieram de povos diversos em que já lá no passado possuíam uma estruturação coletiva já bem organizada e desenvolvida com conceitos valorativos bem avançados para a época. Esta memória comunitária organizacional está na base de nossa sociedade e a mantém com este mínimo de organização que atualmente conhecemos em nossa organização ainda num estágio pouco evoluído em relação aos povos pelos quais fomos colonizados.


Assim sendo dissertarei sobre os fundamentos de nossa estrutura comunitária abordando o tema a partir de um método empírico utilizando-me predominantemente de princípios da biologia para analisar o homem e sua sociedade como um dos diversos seres vivos que se organizam comunitariamente. De outro lado analisarei mais especificamente determinada função institucional de nossa sociedade a partir desta abordagem biológica e tentando relacioná-la com a formação de determinada instituição e como a sua atual condição pode estar relacionada com a dicotomia individualidade-coletividade com a imposição da individualidade.

FUNDAMENTOS DE NOSSA ESTRUTURA COMUNITÁRIA

Acredito que nossa organização atual não vem a ser necessariamente um estágio de um processo evolutivo decorrente de uma evolução individual de cada integrante da sociedade. E sim um resquício de características primitivas que nos orientam através de nosso inconsciente. Uma estrutura comunitária não prescinde de indivíduos detentores de inteligência ou consciência. A organicidade na interação entre seres vivos decorre de adaptação com o meio em que estes estão inseridos.

Existem vários exemplos de comunidades de animais desprovidos de qualquer inteligência ou consciência e que, apesar disto, conseguiram atingir uma organização extremamente eficiente, como as abelhas, formigas, vespas...Então, num exercício de imaginação cogitemos uma evolução da espécie formiga. Imaginemos que ela com a estrutura de sua comunidade em máxima harmonia com o seu meio passasse a evoluir individualmente até desenvolver uma inteligência e consciência igualável ao do homem. Então adquiriria uma individualidade.

A questão então seria a seguinte, no que interferiria em seu comportamento esta característica comunitária - bem desenvolvida e que lhe faz executar procedimentos de alta complexidade sem qualquer orientação consciente ou interno racional – coexistindo com uma individualidade racional e consciente? Veja, esta formiga que exerceria uma função dentro de um formigueiro sendo elevada a uma condição inteligente e racional ou continuaria a executar seus procedimentos sem necessariamente utilizar-se de sua inteligência ou consciente; ou estes novos elementos em sua constituição viriam a interferir em seus procedimentos.

Ocorre que diante da possibilidade de uma orientação individualista e uma coletiva, privilegiar-se uma trará conseqüências negativas para a outra. Assim este incremento cognitivo hipotético e improvável neste ser vivo poderá ou melhorar o seu papel dentro da coletividade ou não. A dualidade coletivo-individual impõem uma disposição muito simples e óbvia ao analisar-se sob a perspectiva de persecução de interesses delimitados e limitados, neste caso bipolarisado.

Numa coletividade, formada por indivíduos inteligentes, haverá uma divergência entre interesses individuais e coletivos. O indivíduo que protege os seus interesses individuais trará prejuízo aos interesses coletivos e vice-verso. Assim havendo-se uma interação do individualismo dentro desta estrutura comunitária e respondendo a pergunta acima a individualidade tenderia a trazer prejuízo ao atendimento dos interesses da comunidade.

Nesta linha de raciocínio e considerando-se o homem um dentre os diversos seres vivos existentes no ecossistema que vivem em comunidades, proponho que sua tendência comunitária advém de características primitivas preservadas até os dias de hoje e que vem sendo fulminada pelo desenvolvimento de nossa individualidade e por construções teóricas de justificação do individualismo. Eu diria que nossa natureza comunitária poderia ser um resquício pré-histórico em nossa genética que ecoa ate os dias de hoje e nos orienta através de nosso inconsciente. Esta orientação inconsciente poderia entrar em divergência com nossos interesses individuais, suprimi-los ou ser suprimidas por este.

Todavia não seria apenas a orientação comunitária que se poderia manifestar de nossa bagagem genética, mas também a vocação para preencher determinada função orgânica. Isto explicaria o comportamento de determinados integrantes numa sociedade individualista que passassem a ter seus atos orientados em prol coletivo a um nível de funcionalismo orgânico específico, ou seja direcionando-se seus esforços para determinadas questões.

Este indivíduo funcionalmente comunitário comportar-se-ia como se estivesse subordinado a uma comunidade que lhe atribuísse uma função específica, embora não houvesse liame comunitário estabelecido ou reconhecimento deste nível de funcionalidade nesta sociedade em que esta inserido e na qual tenta funcional organicamente.

Assim concluo que num determinado momento na evolução do ser humano este precisou conviver com outros de sua espécie e estabelecer relações de interdependência para auto preservar-se individualmente. Esta estratégia de auto-preservação perdurou até os dias de hoje, no entanto, foi abafada pelo individualismo do ser humano. E pouco a pouco esta deteriorando-se

Esta dualidade coletividade-individualidade desencadeia em certos indivíduos comportamentos incompatíveis com sociedades que privilegie interesse oposto ao interesse predominante deste indivíduo. A evolução individual do ser humano tenderá a intensificar sua individualidade e deteriorará a nossa vocação inconsciente comunitária, comprometendo a auto preservação individual do ser humano através desta poderosa estratégia. E hoje é o que se verifica nos dias atuais, seres humanos padecendo, pois incapazes de individualmente fazer frente as adversidades de seus cotidianos concomitantemente com a formação difusa de inúmeros núcleos organizados para atender interesses individuais.

A inteligência e a consciência individual de cada integrante de uma sociedade que queira esforçar-se em preservar sua natureza comunitária deverá utilizá-los como fator de unidade e definição de funcionamento orgânico dentro da estrutura comunitária e de orientação através da racionalidade e não em prol de individualismos cuja eficácia estratégica tem em sua essência beneficiar o transcurso de apenas uma existência e enquanto durar.

DETERIORAÇÃO INSTITUCIONAL E INDIVIDUALIDADE-COLETIVIDADE COM A IMPOSIÇÃO DA INDIVIDUALIDADE.

Alguns indivíduos, dentro de uma sociedade biológica humana com bagagem genética comunitária e funcional-orgânica, privilegiando um interesse coletivo, poderão ter condições de entender muito profundamente o funcionamento, o papel e tudo aquilo que possa envolver o funcionamento orgânico subjacente nesta sociedade que, embora venha a privilegiar uma ideologia individualista, seja indissociável de uma estruturação comunitária mínima. De outro lado, há instituições erigidas – por ter uma finalidade de grande interesse coletivo - para dar suporte para o exercício e funcionamento daqueles indivíduos que natural e incondicionadamente funcionavam dentro da coletividade, independentemente de retribuição ou quaisquer outras vantagens.

Assim, acredito que o início do surgimento das instituições não se deu com a construção de um prédio, mas sim com atividades independentes e desarticuladas de indivíduos que independentemente de qualquer retribuição passaram a adquirir relevância pelo resultado positivo de suas ações ativas dentro da sociedade. Em virtude de suas importâncias e grande relevância de seus feitos para a manutenção da ordem social passou-se a lhes conferir garantias que viabilizaram seus peculiares níveis de interação. Posteriormente, para reuni-los e assim viabilizar uma atuação articulada visando um fim comum, instituiu-se locais que passaram a abrigá-los, oferecendo-lhes benefícios, vantagens e garantias para estimulá-los a continuarem a exercer estas funções dentro da organização comunitária.

Estes privilégios justificáveis passaram a chamar a atenção daqueles que procuravam distinguirem-se dos demais beneficiando-se com o abrigo por esta instituições e com a conseqüente aquisição de status frente à sociedade. Assim, pouco a pouco estes locais institucionais foram sendo preenchidos e monopolizados por esta nova elite que se impunha, impedindo aqueles de natural empenho na execução da respectiva função na sociedade de exercer ou se utilizar das garantias que então tornaram-se imprescindíveis para o exercício funcional, frente à organização, complexidade e a agressividade das ações anti-sociais.

Atualmente as instituições governamentais refletem um desvirtuamento de sua finalidade primordial, a de dar suporte para o funcionamento da atividade funcional orgânico natural de determinados integrantes da comunidade. Assim estas instituições tornaram-se fontes de privilégios e status para integrantes da sociedade que privilegiam sua condição individual em prejuízo da coletividade. O enorme caos social e sentimento de injustiça reinante em nosso país, com a protelação das ações que deveriam restabelecer a ordem social e diminuir a opressão de grupos organizados às camadas populares vem a ser um reflexo desta deformação das finalidades das instituições governamentais.

A predominância do interesse individual na administração das funções institucionais para as quais é dispensada uma grande quantidade de recursos financeiros inevitavelmente induz o desenvolvimento de métodos e técnicas de perpetuação dos privilégios e status conferidos pela estrutura institucional. Assim desvirtua-se da finalidade de dar garantias e vantagens para viabilizar o desempenho do natural ímpeto de restabelecer a ordem social através de ações aptas para este fim por alguns indivíduos para garantir interesses individualistas. Assim as atuais instituições tornaram-se verdadeiros castelos cercados e inacessíveis a qualquer um que não atenda aos interesses deste seleto grupo, desvirtuando-se, assim, suas funções institucionais e pondo-se à margem da interação e intervenção da dinâmica da população.

Concluo definindo as atuais instituições como estruturas que não cumprem sua finalidade de exercer uma função comunitária apoiando seus integrantes que naturalmente empenham-se em promover o equilíbrio das interações comunitárias. E, contrariando a finalidade para o qual se erigiu, veio a transformar-se numa espécie de clube privativo para sócios, aonde seus seletos integrantes vêm a adquirir vantagens, benefícios e status, distinguindo-se, assim, dos demais integrantes desta sociedade totalmente à margem do abrigo destas estruturas institucionais.






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