Tão distante, lá no céu,
Através de uma luz
Que rasga a escuridão
Minha única companhia
Para onde quer que eu vá
Neste meu eterno despencar
De todos os propósitos e do chão
Que não está mais sob os meus pés.
A intensa luz capaz de me alcançar
Nesta queda livre
É um brilho em que tento
Inutilmente me agarrar
Uma linda estrela
Com brilho difuso, eu sei!
Não me tem como objeto único
Embora me alcance
Irradiando, estendendo-me
Uma mão amiga e divina
Sobre a qual repouso aquecido,
Do qual me aproprio
E com quem fico íntimo
Afastando-me a enorme tristeza
Neste meu delírio entorpecido
Um encanto que faz parar
E retroceder o tempo
Remetendo-me à adolescência
E depois à minha maravilhosa infância
Revivendo-me um sentimento
Tão intenso, da primeira namorada
E do primeiro beijo
Ponte reluzente e dourada
Irradiação que faz todo o resto
Ficar pequeno e ridiculamente sem sentido
Um tocar agradavelmente quente,
Embora indiferente e intangível
Um encostar de lábios,
Inicialmente assexuado
Que me desperta de um pesadelo
Redesenhando-me o mundo
Com cores que há muito
Já me havia esquecido
Encanto que me faz sentir uma criança
Linda, desejada e amada novamente
Uma ilusão que se impõe à realidade
Um mar de sonhos que me inunda o vazio
Desacelerando-me,
Fazendo cessar minha queda
E retardando-me o impacto
Presenteando e me devolvendo
O prazer pela vida.
O prazer pela vida.



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