Vivi procurando e morri sem achar, Arrancaram-me e esconderam Algo muito importante Assassinaram-me para renascer Na hora e no lugar errado E por quê? Qual a razão? Onde só me restou fugir de uma vida estéril E incompatível com a própria vida Fruí num plano em que se esforçaram Para que nada acontecesse e não aconteceu Fui mantido ilhado, privado de viver Pois alguém entendeu Que uma vida não merecia ser vivida Que uma parte do universo Deveria permanecer estático e vazio Sem nada com o que mesclar Sem alguém para transformar Ou por quem ser transformado Que coisas simples seriam insignificantes Para serem compartilhadas Experimentei uma vida inteira morta, fruí solitário Jamais reencontrei ou fui reencontrado Conheci o não querer existir Gritei muitas vezes e jamais fui escutado Desejei intensamente, Mas nunca mais fui devidamente desejado Na mesma intensidade em que Uma única vez desejei Procurei pela entrada ou seria a saída? E um dia finalmente encontrei Porém não se tratava de nada Com o qual pudesse estar ou tocar Quando fui atraído, ao aproximar-me Distanciei-me cada vez mais até desaparecer Andei perdido, segui perdendo-me Pela minha complicada trilha Que me conduziu a um penhasco Pilotando uma moto em alta velocidade Voei e segui despencando, pouco a pouco Traído pelas minhas expectativas Com os olhos fechados e os braços abertos Atraindo e rumando apenas contra o chão Abri e fechei o espetáculo Entrei ou saí... Abracei o fim, Abandonei-me, e fui abandonado Pela grosseria, ambigüidade e ignorância Fui abandonando pelas minhas imperfeições Pela burocracia e pelo meu próprio abandono
AMEAÇA PONTENCIAL
ردحذفVivi procurando e morri sem achar,
Arrancaram-me e esconderam
Algo muito importante
Assassinaram-me para renascer
Na hora e no lugar errado
E por quê? Qual a razão?
Onde só me restou fugir de uma vida estéril
E incompatível com a própria vida
Fruí num plano em que se esforçaram
Para que nada acontecesse e não aconteceu
Fui mantido ilhado, privado de viver
Pois alguém entendeu
Que uma vida não merecia ser vivida
Que uma parte do universo
Deveria permanecer estático e vazio
Sem nada com o que mesclar
Sem alguém para transformar
Ou por quem ser transformado
Que coisas simples seriam insignificantes
Para serem compartilhadas
Experimentei uma vida inteira morta, fruí solitário
Jamais reencontrei ou fui reencontrado
Conheci o não querer existir
Gritei muitas vezes e jamais fui escutado
Desejei intensamente,
Mas nunca mais fui devidamente desejado
Na mesma intensidade em que
Uma única vez desejei
Procurei pela entrada ou seria a saída?
E um dia finalmente encontrei
Porém não se tratava de nada
Com o qual pudesse estar ou tocar
Quando fui atraído, ao aproximar-me
Distanciei-me cada vez mais até desaparecer
Andei perdido, segui perdendo-me
Pela minha complicada trilha
Que me conduziu a um penhasco
Pilotando uma moto em alta velocidade
Voei e segui despencando, pouco a pouco
Traído pelas minhas expectativas
Com os olhos fechados e os braços abertos
Atraindo e rumando apenas contra o chão
Abri e fechei o espetáculo
Entrei ou saí... Abracei o fim,
Abandonei-me, e fui abandonado
Pela grosseria, ambigüidade e ignorância
Fui abandonando pelas minhas imperfeições
Pela burocracia e pelo meu próprio abandono